Caso Martinha: Réu é Condenado a 29 Anos de Reclusão Regime Fechado


O júri popular condenou, nesta terça-feira (7), em Valença, Carlos Mendes dos Júnior a 29 anos, 8 meses e 8 dias de prisão em regime fechado pelo assassinato da ex-esposa Helmarta Sousa Santos Luz, de 38 anos, conhecida como Martinha.

Segundo as investigações, o crime foi motivado pela não aceitação do fim do relacionamento, que havia terminado cerca de oito meses antes. O casal manteve uma união de 16 anos e teve uma filha.


Com a condenação, o tribunal reconheceu o caráter de feminicídio, reforçando a gravidade do crime e a necessidade de punição rigorosa em casos de violência contra a mulher.


Durante o julgamento, iniciado às 8h30, familiares, amigos e moradores da região compareceram para acompanhar a sessão. Na semana anterior, a defesa havia contestado o prazo do sorteio dos jurados, marcado para 3 de outubro. A Justiça acatou parcialmente o pedido, cancelou esse sorteio, mas manteve o julgamento com jurados sorteados anteriormente.
Com a decisão do júri, composto por sete pessoas, Carlos ficará preso em regime fechado.


Relembre o Caso Martinha


Helmarta, conhecida como Martinha, tinha 38 anos e desapareceu no dia 24 de setembro de 2024, quando saía do trabalho em direção à própria casa, na cidade de Valença. À época, familiares contaram que Helmarta foi para o trabalho pela manhã e, à tarde, voltou para casa para almoçar. Imagens obtidas por câmeras de segurança mostraram que ela chegou em sua residência por volta das 13h e, após esse horário, não foi mais vista.


Deste momento em diante, a única movimentação no apartamento da mulher aconteceu por volta das 16h, quando um carro saiu de ré do imóvel.


Carlos sinalizou à Polícia Civil o desaparecimento de Martinha e prestou depoimento durante o período de buscas pelo corpo. Inclusive, o ex-companheiro da vítima caiu contradição várias vezes durante os depoimentos e sequer colaborou com a realização de exames e perícias.


O corpo de Martinha foi encontrado no dia 27, três dias após o desaparecimento, dentro de uma mala que havia sido jogada no Rio Jaguaripe, no trecho da Ponte do Funil. Ela e Carlos ficaram juntos por 16 anos e possuem uma filha com a mesma idade.


Antes mesmo do corpo ser encontrado, ele havia confessado o crime às autoridades policiais e foi preso. Segundo os advogados de defesa da família da vítima, Carlos foi condenado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, em virtude da emboscada, ocultação de cadáver e fraude processual. A defesa tentou retirar a qualificadora de emboscada e desclassificar a fraude processual, mas os jurados foram extremamente técnicos e precisos em suas decisões.


Martinha foi sepultada na cidade de Mutuípe, no Vale do Jiquiriçá, no dia 28 de setembro, em uma cerimônia que parou o município e reuniu diversas pessoas para prestar as últimas homenagens.


Post a Comment

أحدث أقدم